Em Tuas Mãos
É dia de texto no Projeto Olhar. Hoje divulgamos mais um texto da Nat Galvão.
Estou a te escrever debaixo de uma árvore do parque. Ela me faz sombra e priva os raios alaranjados de me atingirem. Eu não ligo, afinal. Estou desesperada, amor.
Os meus dedos tremem e minhas mãos soam, porque não sei mais o que fazer com esse meu nervosismo. Você tem virado pensamentos constantes na minha cabeça.
Fico me lembrando, sempre que posso, dos seus olhos cor de mel - ou serão verdes amarelados- nunca soube distingui-los, mas eles me fascinam. O modo como os coloca sobre mim e me vê de modos que nem mesmo eu soube um dia enxergar, e como me comem todas as vezes que lhe permito me ver nua.
Eles me fascinam, amor. Fico pensando também em seus lábios, em todos os beijos que eles distribuem em mim. No atrito da sua boca na minha, ou até mesmo quando ela se abre num daqueles sorrisos inocentes teus.
Quase fui iludida de que nessa mente não existia perversão ou cenas de amor. Mas agradeço que existam. Ou em tuas mãos, elas sempre aparecem quando fecho meus olhos. São fortes, grandes e me agarram com tamanha força que meus gemidos se tornam pouco para a excitação que me atinge.
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